Para refletir...

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Letícia (Parte 3)

Marcamos em um Starbucks (aliás, sempre que não tiver aonde levar alguém, leve à uma cafeteria e não haverão erros) da região centro-sul de São Paulo. Costumava levar amigos lá e, como Letícia não conhecia Sampa e, tampouco os clássicos lugares da cidade, achei prudente apresentá-la. Na verdade, apresentar as coisas era o que menos importava pra mim... Pensava mesmo o quão seria difícil ver a moça com outro rapaz e engolir seco. E pior, fingir estar tudo bem...
Letícia já não era a mesma, apesar de não ter se tornado uma má pessoa. Simplesmente não gostava mais tanto de música celta ou até mesmo os tais contos eróticos. Parecera que toda a maturidade da moça havia se perdido nos lábios do rapaz novo ou, novo namorado. E eu tinha medo que isso se refletisse pessoalmente. Caso fosse, realmente seria difícil permanecer no local.
Aquela semana foi como um pesadelo pra mim e, diga-se de passagem, um pesadelo antecipado e cruel.
1, 2, 3, 4 dias... E no quinto, era o dia.
Mal pude dormir na noite anterior. Ouvia músicas melancólicas, lia poemas de Lord Byron. Quando olhei no espelho, às duas da manhã, já haviam olheiras no meu olho que, logo foram amenizadas com algumas fatias de pepino, seguidas de fatias de batata crua em cima delas.
O Sol já raiava e eu sentia que aquele seria um longo dia.
Fui ao shopping comprar uma camisa nova. Definitivamente, aquelas minhas camisas de trabalho já estavam precisando ser trocadas. Comprei duas, talvez três, não me lembro bem... Aproveitei a viagem e também adquiri um cinto, um relógio e um presente para Letícia: Um livro com contos. Talvez uma indireta dos contos eróticos que tanto comentávamos antes. Mas, não poderia ser tão explícito. Como não poderia faltar com a educação, decidi presentear o moço, mesmo com todas as diferentes. Dei-lhe uma camiseta. E estava muito bom!
No final da tarde, me arrumei e fui para o tal local. Já eram 18h00minh quando estava naquela tarde nublada da Avenida Paulista, esperando pelos dois jovens.
18h30minh... E, aos que me conhecem bem, sabem que atrasos realmente me tiram do sério. Comecei a pensar em um possível furo. E, foi exatamente a hora que o telefone celular tocou:
- Alô! – Ouvi com uma voz de tom assustado. Era Letícia.
- Oi, Letícia! – Respondi.
- Você precisa me ajudar. Não poderemos ir pra aí hoje. O Breno bebeu um pouco além da contar e está passando mal aqui no hotel.
Devo dizer-lhes que a primeira coisa que me veio em mente foi a segurança de Luíza. E em segundo plano, a vontade que tive de chamar ele de idiota e ela de inocente. Ora, se eles (ou pelo menos ela) não tinha tanto dinheiro para a tal viagem, como poderia ter comprado bebida a ponto de passar mal? E, foi nesse instante que percebi que havia algo errado com esse rapaz que parecia bom. Mas, não era hora pra discutir ou abrir o jogo.
- Letícia, aonde vocês estão? Em qual hotel?
- Em um aqui perto da Zona Leste de São Paulo.
Peguei os dados do hotel pequeno que não me recordo o nome e imediatamente fui para lá. Quase bati o carro duas vezes durante esse percurso. Mas prossegui. De uma forma ou outra, a segurança de Letícia me preocupava, pois eu não sabia quais eram as intenções de Breno e, muito menos naquele estado, bêbado.
Cheguei no hotel, desci rapidamente do carro e pedi para que inferfonassem para o quarto que eles estavam. Em segundos fui atendido e quando menos vi, já estava no segundo andar. Fui pelas escadas mesmo.
Foi quando Letícia, com aquele jeito de menina mulher e voz aveludada com tons finos e provocantes, abriu a porta:
- Oi!
- Oi, fofo! Que prazer!
- Então você é a Letícia?
- Sim, eu mesma...
- Calma! Antes de tudo, está tudo bem? Você está inteira? O que aconteceu? Estou preocupado, poxa vida!
- Calma, bem! Eu estou bem... O Breno passou um pouco mal porque bebeu muito hoje. Acabamos encontrando uns amigos aqui de Sampa e ele entrou na onda...
- Nossa! Você quase me matou do coração.
Recapitulando: Acho que fui muito breve contando-lhes apenas sobre a voz de Letícia que era apenas mais um dos detalhes da perfeição...
Tinha um par de seios avantajados e proporcionais à altura média que tinha. A cintura parecia como as curvas de uma serra. Aquele vestido apertado, porém discreto, ainda dava um ar mais provocante e delicado à moça. Os cabelos loiros e longos caiam como um véu nos ombros pequenos. Sua boca era carnuda e vermelha, talvez pelo batom. Olhos esfumaçados com uma pequena maquiagem. Sua pele, mais parecia como um pêssego. E excitava tanto quanto um pêssego dado na boca...
Meus olhos arregalaram-se e simplesmente conversava e não conseguia tirar os olhos de tanta beleza...
Era incrível...

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