E em meio a música eletrônica...

Enquanto a música rola
As lembranças aparecem
O presente se apaga e diz adeus
Já se tornando passado
E refletindo os mesmos momentos de lembranças
Mas só enquanto isso acontece
Em um profundo transe psicótico e neurótico
De uma face de carta
De jogos, do riso e da gargalhada
É nisso que a aranha realmente corre, ou busca, talvez...

Enquanto a música rola
Tudo se queima como uma vela
Tudo se derrete como a parafina mal colocada da mesma
E quem ousa apagar a chama?
Ninguém! Não precisa, o vento se encarrega...
Ele se encarrega de levar tudo
De trazer de tudo
De refrescar
E de sujar os olhos com poeira...

Enquanto a música rola
A decisão entre rir e dançar começa a soar
Soar como a música que toda
E jamais para de se repetir
Nota a nota!
Notas desafinadas... Meia dúzia de ruídos
Ruídos como no inferno
Onde nada é mais legal, mas tudo é mais atraente

Enquanto a música rola
Rituais de passagem agradecem
Por estarem sempre presentes
Aqui, aí e em toda parte
Andando como alguém no espaço
Um mau romance astronômico
Grande, pequeno, seja lá como for

Enquanto a música rola
As cores são vibrantes
E atingem os olhos
Produzindo irradiação
E se irradiação gera calor
Eles precisam ser refrescados...

Enquanto a música rola
Uns olham, outros dançam e outros apenas ouvem
Ouvir o que nessa barulheira toda?
É... a surdez...
A idade da surdez...

Enquanto a música rola
Em ponto de partida
Em ponto de despedida
O que é isso?

Enquanto a música rola
A vontade fala alto
Mas a razão fala mais alto...

Enquanto a música rola
Nada acontece (...) Apenas porque...

Enquanto a música rola...