Para refletir...

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Correndo em direção contrária




O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou (...) que, se o excesso de peso continuar atingindo os brasileiros no ritmo atual, nos próximos 10 anos a obesidade poderá alcançar dois terços da população.

“Os índices de sobrepeso são preocupantes. Se não mudarmos isso agora, em uma década vamos enfrentar o mesmo problema que os americanos enfrentam quando o assunto é obesidade”, afirmou. O ministro analisou dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, divulgado nesta sexta, avaliou o estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos.

(...)

De acordo com a pesquisa, quase metade da população brasileira (49%) com 20 anos ou mais está com excesso de peso, e, segundo Temporão, nos últimos seis anos, os índices de obesidade cresceram um ponto percentual por ano.

Segundo o ministro, além da alimentação ruim e da falta de informação sobre a obesidade, a violência urbana também contribui para o aumento do sobrepeso. “A violência urbana tirou o espaço público das crianças, fazendo com que a maioria delas não fizesse exercícios físicos regulares”, afirmou.

(...)

Em 2008, 33,5% das crianças de 5 a 9 anos estavam acima do peso, sendo que 16,6% do total de meninos eram obesos e 11,8% das meninas estavam com sobrepeso. O excesso de peso está mais presente nas grandes cidades do que na área rural, e o Sudeste se destacou com maior percentual de crianças com excesso de peso.

Sobrepeso aumentou seis vezes entre homens
Ainda segundo a pesquisa, o aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi contínuo desde 1975. Para os meninos, esse índice passou de 3,7% para 21,7%, o que representa um aumento de seis vezes. Já entre as meninas da mesma idade, as estatísticas triplicam, e passaram de 7,6% para 19%.
G1

Com esta introdução, acho que podemos bem entender qual o assunto da vez. Mas muito além de apenas expor fator, é importante saber como e o que criticar.
Pois bem, no decorrer de todos os anos, o homem tornou-se cada vez mais ganancioso e egocêntrico. E, com isso, sentiu necessidade de adiquirir o máximo de habilidades possíveis, juntamente com conhecimento e batalhas, através do trabalho, estudo e outras milhões de fontes.
Mas foi em proporções brutais e assustadoras que isso tornou-se um pesadelo nos últimos 15 ou 20 anos. A busca frenética por ser melhor, por saber e ter mais fez com que a população mergulhasse em um mar agitado de confusão frenética. A cada segundo algo novo é criado ou descoberto. A cada segundo morrem pessoas, nascem outras, um outro tanto fica doente...
Os hábitos alimentares da população quase que mundial foram transformados em uma carneficina descontrolada e desajustada. Por muitos motivos isso aconteceu. Primeiramente, ninguém mais se importa com o que come, o quanto come e como come. O valor que antes era dado a saúde e sobrevivência, foi trocado por outros milhões de objetivos. O entendimento do assunto então, é um fator de conhecimento que poucos, de fato entendem. Numa terceira hipótese, ainda podemos citar as más condições de boa alimentação, uma vez que come-se o que tem disponível na mesa e não o que se quer. Ok, desconsideremos a última, pois me desculpem, mas um lanche em alguma rede de fast food ainda custa mais caro que 1 quilo de arroz e 1 quilo de frango.
E modernidade e o pseudo-bem-estar tomaram uma propoção de ridicularizar aqueles que ainda buscam algum hábito saudável de vida. É muito fácil rir de alguém que abre mão de uma confraternização com esfihas e troca por um punhado de vegetais.
Oras, exige-se pessoas bonitas esteticamente. Mas exige-se também que elas abdiquem-se de tudo e todos para um foco intelectual. (não é pra menos que hoje, nas escolas, vemos mais pessoas obesas do que a um pouco tempo atrás).
Exige-se uma alimentação correta e fazem os sujeitos trabalharem mais do que podem, sem ter o mínimo de tempo para si mesmo.
A diabetes, por exemplo, é uma doença que está matando grande parte da população brasileira e, também, prejudicando a vida de boa parte da população jovem e idosa.
A vida gira SIM em torno de alimentação. Primeiro porque trata-se de um combustível vital para a vida. Em segundo, porque qualquer lugar que você vá, tem algum petisco ou alguma fonte energética (aliás, tornou-se falta de educação não ter e uma certa obrigação em ter.).
Você, agora, deve estar arrependido de ter começado a ler este texto, pois ele não criou absolutamente nada de novo. São informações repetidas que você consegue achar em qualquer site ou revista.
Mas a crítica final, que segue em poucas linhas interrogativas, considere como início, meio e fim, além de chave principal desta postagem.
- Como pode-se lutar pela saúde e ser tão paradoxico e correr contra ela através de tanta exigência do mundo moderno?
- Por que a ganância consegue superar a vida, sendo que sem vida, não há nem mesmo a ganância?
- Por que a mídia faz tanto terror em torno da alta competição no mundo e, ao mesmo tempo faz campanhas para melhoria dos hábitos populacionais?
- Como pode-se em um ambiente tido como "saudável" (seja em academias de ginástica, revistas, programas de televisão ou outro qualquer) haver fatores e coisas que correm totalmente contra o princípio do local? (Por exemplo a venda de bebidas alcoólicas em academias ou propagandas de redes de fast food em revistas de "saúde".)
- Por que não esquecer um pouco toda essa preocupação e começar a se importar um pouco mais com a vida?

Vejo pessoas matando todo seu tempo com estudo, adquirindo conhecimentos diversos e esquecendo que se, amanhã a morte bater em sua porta, jamais isso tudo adiantará. Esquecendo que sem vida, nada disso poderá ser aplicado.

Importante é sempre o equilíbrio. Nenhum corredor começa a corrida pelo final. Pense nisso!

Marcelo Sendon

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