A fase denominada adolescência para muitos, nada mais é do que simplesmente a transição da fase infantil para a adulta. Afirmação tal qual pode ser refutada olhando simplesmente ao ângulo de que diferente de apenas de uma passagem, é uma preparação e uma pré-apresentação do mundo fora do aconchego caseiro e do calor familiar. O que antes tornava-se fácil e, muitas vezes era progressivo com maleabilidade ou falta de preocupação, em tampouco tempo transforma-se em um âmbito de responsabilidades, deveres, lutas, conquistas, vitórias e, é claro, derrotas. Mutabilidades tais quais por muitos é de árduo entendimento, compreensão e, como resultado, aceitação.
Diferente do que o senso comum prega, os ritos de passagem e o esperado pelo novo (que é passado de geração para geração) NÃO trazem benefício algum ao modo de facilidade na probabilidade de uma transição com êxito absoluto. Ao contrário disso, amedrontam e, intimidam o sujeito a agir conforme o grupo ou tradição e, em grossas palavras, “dançar conforme a música”. Se, diferente de uma simples passagem transcrita pela adolescência, olha-se ao modo de que a mesma, é uma preparação e apresentação, é possível notar que o homem, atualmente, é desprovido desse preparo e, desta forma, foge do desconhecido. Este tal qual não será resolvido com chamariz ritualístico algum para o mundo das luzes e sim, para o mundo obscuro da ignorância e da “cegueira social”. E, devido a essa falta, não é incomum ver que pseudo-pensantes, ou desprovidos de intelecto em seus plenos 30 ou 40 anos de idade, estão em bares embriagando-se (e achando que a independência realmente é aquilo), jogando constantemente videogame e contando vantagens. Dificilmente reagiriam como reais cidadãos formados se fosse-lhes dado uma mísera aplicação bancaria, um estabelecimento de grife ou um problema judicial referente a eles mesmos para que fosse resolvido. Mais do que medo, covardia e asnice, tudo torna-se uma fuga psicológica viciosa, momentânea e ilusória. É claro que é importante levar em consideração que, normas existem e, não deixam de ser rituais, mas isso já não deve entrar em um consenso psicológico como abordado nas orações anteriores.
É possível contudo, concluir que, de fato, os ritos e o medo gerado jamais serão meios de fazer com que o aprendizado seja realizado. Aprendizado a qual deve-se atribuir durante a adolescência apresentando os lados e vertentes presentes em um mundo que será totalmente diferente do que já é conhecido ao indivíduo e não tão simplesmente esperar ou acreditar que o estímulo será a opressão gerada por um grupo ou simplesmente pela sociedade. Faz-se necessário uma estruturação no referido que causará a construção de seres pensantes e não apenas de robôs que são programados para obedecer e cair em alienação. E, se por acaso, isso não acontecer por bem, a continuidade alienadora não segurará por muito tempo seus princípios de ordem e normalidade, permitindo então que sejam gerados novos conflitos sociais e, novos fugitivos se si mesmos.
Marcelo Sendon
ótimo texto! só vem a confirmar q o homem que tanto prega a liberdade ilimitada acaba ficando cativo dos seus próprios vícios, ou seja uma nova forma de escravidão com bases na sua liberdade. escravidão dos sentidos é a pior coisa q existe para a nossa espécie
ResponderExcluir